CRÍTICA E TEATRO

Notas sobre o livro de Matilde Pessanha, 13 Janeiro 2004 pdf

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2002

"ESCULTURA SOCIAL E ECOLOGIA NO PARQUE DA CIDADE" PDF

Jacinto Rodrigues 



Estivemos ali no Parque da Cidade a comemorar o Dia da Árvore, a recordar Joseph Beuys que há 20 anos deu início à plantação de 5 mil carvalhos na cidade de Kassel, para revelar a simplicidade de nos tornarmos militantes ecologistas de acção directa e ao mesmo tempo cidadãos artistas.
Primeiro descrevo a acção directa:
O Ignácio desenhou no chão um dragão mitológico com farinha de milho. Era a lembrança de uma figura xamânica como aquelas que os índios navajos fazem antes das sementeiras, para atirar bons augúrios da terra-mãe.
O Franklin tirou uns acordes plangentes de uma cítara do extremo oriente que comoveu a assistência.
Fez-se uma conversa meditativa sobre o milho como cereal essencial da economia ibérica: o milho salvou da fome milhões de famintos, na península, quando os navegadores trouxeram o precioso cereal da América Latina. Daí em diante, nas terras do noroeste, meio hectare dum campo fértil dava 1500 Kgs de milho para o pão das famílias, folhagem para o gado, miolo da maçaroca para acender fogo, folha larga para cestaria e caniçadas para ajudar a cobrir telhados de colmo.
Meditou-se sobre o futuro desse espantoso cereal. E se um dia os transgénicos tornassem as sementes estéreis como aquelas pedrinhas roliças que comparamos com as sementes?
O João e a Graça distribuíram broa de milho entre o pessoal. Foi o chamar a atenção do sabor da vida e ao mesmo tempo viver o gesto da partilha.
Agora descrevo o princípio da arte social:
O círculo de cidadãos ensaiou a prática mágica do semeador para consciencializar os princípios básicos da sua própria autonomia e reforçar o gesto pacífico na defesa dos bens públicos da natureza.
Finalmente concluo sobre o significado da arte social:
Daquela festividade simbólica que era um misto de espiritualidade e arte, revelava-se a consciência cívica auto-gestionária. Foi um exercício, um ensaio geral modesto, mas de exemplaridade pedagógica, no caso de o Parque da Cidade voltar a estar ameaçado pela manápula especulativa imobiliária.
O que se experimentou nesta acção directa da Associação Campo Aberto e Revista Ar Livre, foi uma “escultura social”, prática de intervenção cívica e ecológica onde a criação, a autonomia e a intervenção pacífica revelaram os princípios da acção desenvolvida por Ghandi através do militante pacífico (satiagrahi) e do princípio da acção pela autonomia e auto-gestão (swami). Revelou-se também o movimento cívico de cidadãos artistas que Beuys preconizou, na busca da artisticidade interventiva – a “escultura social e ecológica”.
Anúncio:
Proximamente a Associação Campo Aberto organizará outras acções de formação e intervenção cívica e ecológica, nomeadamente plantar árvores na Serra de Arga.



Desenhos de Jacinto Rodrigues sobre esta instalação no Parque da Cidade em 2002.

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1984
Os membros da Cooperativa Alfé realizaram vários espectáculos teatrais cujos textos aqui apresentamos.
Estas peças de teatro, escritas por Jacinto Rodrigues, basearam-se nas tradições populares de Alfândega da Fé e foram representadas nesta vila, em Sambade e em Vila Real. 
Durante o período de 1983 a 1986 Jacinto Rodrigues foi Presidente dessa Cooperativa e orientou cursos para jovens, sendo simultaneamente bolseiro de doutoramento do INIC, tendo como orientador o Professor Doutor José Augusto França e defendido a tese em Janeiro de 1986, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. 







A LENDA DO MÁRTIR S. SEBASTIÃO









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