Esteira do Ambiente
Um espaço de acção comunicativa em torno do desenvolvimento ecologicamente sustentável.
Quinta-feira, 19 de Junho de 2008
Falecimento do Professor Doutor Emmanuel Esteves em Luanda
Foi com profundo pesar que tomei conhecimento da morte do Professor Doutor Emmanuel Esteves, no passado dia 14 de Junho em Luanda.
Tive a oportunidade de lidar com este meu prezado amigo e colega ao longo de vários anos em que fomos colegas no Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto. E há bem pouco tempo, em Luanda, tive a ocasião de o rever e trocar ideias sobre Angola e a importância do património.
Guardarei na minha memória a amizade e o talento deste meu "irmão" inesquecível.
Inclino-me, saudosamente, à sua memória que perdurará como um valoroso combatente pela causa africana e pela generosa fraternidade entre todos os povos.
Tive a oportunidade de lidar com este meu prezado amigo e colega ao longo de vários anos em que fomos colegas no Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto. E há bem pouco tempo, em Luanda, tive a ocasião de o rever e trocar ideias sobre Angola e a importância do património.
Guardarei na minha memória a amizade e o talento deste meu "irmão" inesquecível.
Inclino-me, saudosamente, à sua memória que perdurará como um valoroso combatente pela causa africana e pela generosa fraternidade entre todos os povos.
Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008
ADAD - Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento - Cabo Verde
Cabo Verde
ADAD
Exposição e Atelier sobre Energias Renováveis
Praia e Mindelo
Praia e Mindelo
Esta Associação tem vindo a promover várias iniciativas na defesa do ambiente e na promoção das energias renováveis.
Queríamos chamar a atenção para a exposição e atelier nas cidades da Praia e Mindelo que constitui uma iniciativa essencial na promoção e divulgação das energias renováveis e na defesa da qualidade do ambiente.
O dr. Januário Nascimento tem tido uma acção decisiva na realização destas acções exemplares, fazendo com que a ADAD se venha afirmando como uma associação com prestígio internacional na defesa do meio ambiente e na "esteira" dum desenvolvimento ecologicamente sustentado.
Revista Cabinda Universitária

A Revista Cabinda Universitária, do Centro Universitário de Cabinda, dirigida pelo Professor Doutor Kiamvu Tamo, constitui um marco importante na abordagem teórica e empírica das questões ecológicas em Angola.
Trata-se de um contributo decisivo para uma reflexão sobre as problemáticas da sustentabilidade.
Esperamos sinceramente que a continuação desta iniciativa venha a traduzir-se em futuras realizações que possam conduzir os destinos de Angola em direcção a um modelo de desenvolvimento ecologicamente sustentado.
Com efeito, são cada vez mais prementes as necessidades de superar as grandes crises ecológicas planetárias permitindo, ao mesmo tempo, uma maior justiça e bem-estar para as populações.
Queremos saudar também as "Jornadas do Ambiente", que tiveram a organização do Departamento de Ciências da Natureza do Pólo Universitário do Cuanza Sul, da Universidade Agostinho Neto e cujo texto do Professor Amílcar Evaristo aqui reproduzimos.
É com agrado que constatamos iniciativas com o objectivo de salvaguardar o planeta e promover a reflexão sobre questões relacionadas com o desenvolvimento ecologicamente sustentado.
É com agrado que constatamos iniciativas com o objectivo de salvaguardar o planeta e promover a reflexão sobre questões relacionadas com o desenvolvimento ecologicamente sustentado.
Jornadas do Ambiente - Departamento de Ciências da Natureza do Pólo Universitário do Cuanza Sul - Professor Amílcar Inácio Evaristo - UAN
JORNADAS DO AMBIENTE
Nos dias que correm, as questões relacionadas com o ambiente tem preocupado não somente os ambientalistas e homens de ciência, mas também os políticos e todas as forças vivas do planeta.
O aquecimento global, é uma consequência directa da acção nociva do homem sobre a natureza e em função disso, milhares de espécies animais e vegetais correm o risco de extinção.
Em Africa e em Angola em particular, persiste o mau hábito de se fazerem queimadas, o que contribui para o empobrecimento dos solos, a destruição da biodiversidade e pondo em perigo o equilíbrio ecológico dos ecossistemas terrestres.
A indústria extractiva quando mal efectuada, é outro factor que acelera a destruição do meio ambiente provocando em alguns casos danos irreversíveis. Assim por exemplo, o derrame de crude nos mares e oceanos destrói não somente os recursos aliéticos e piscícolas, como também o fitoplanton que faz parte da cadeia alimentar nos ecossistemas marinhos. (podemos a título de exemplo mencionar alguns acidentes desta natureza que têm ocorrido em Cabinda.)
Este facto, vai por sua vez contribuir para o aumento da pobreza das populações litoraneas, cuja actividade económica principal é a pesca.
As assimetrias que se verificam no processo de distribuição do rendimento interno bruto, a ausência de politicas de desenvolvimento, associada as fracos incentivos para se trabalhar em zonas rurais e/ou remotas, faz dos grandes centros urbanos lugares cada vez mais atractivos para os cidadãos do campo, que encontram nestas, condições favoráveis para uma rápida realização material, propiciando-se assim, o êxodo massivo das populações do campo para as cidades, resultando daí uma grande pressão social
O superpovoamento das grandes cidades, e as condições precárias de habitabilidade associadas a um saneamento básico deficiente precipita o surgimento de uma série de doenças, que por sua vez vão contribuir para a redução da esperança e qualidade de vida.
O superpovoamento trás consigo consequências como:
- Degradação do saneamento básico.
- Desmatação das reservas florestais.
- Destruição dos polígonos florestais a volta das grandes cidades que têm servido como combustível lenhoso para a satisfação das necessidades energéticas nos momentos de crise (caso dos polígonos florestais do Sakahala- Huambo e dos Municípios e vilas ao longo do CFB).
- Diminuição da produção interna de alimentos e suas reservas.
- Desemprego
- Aumento da especulação e do crime organizado
-Aumento da pobreza.
Pode-se aferir então, que as questões ligadas ao ambiente, são passíveis de se transformar em grandes flagelos, pondo em causa não somente a existência de espécies animais ou vegetais dos ecossistemas terrestres, marinhos e fluviais, mas também, afectando o bem estar e progresso dos aglomerados populacionais humanos.
Em suma, prezados estudantes, caros docentes excelentíssimos convidados a boa ou má gestão do ambiente é hoje um verdadeiro indicador da pobreza ou do bem estar social e da qualidade de vida dos cidadãos.
Declaro assim abertas estas jornadas de reflexão sobre o estado do ambiente organizadas pelo Departamento de Ciências da Natureza do Pólo Universitário do Cuanza Sul.
Amílcar Inácio Evaristo
( Coordenador do PUKS)
= Prof. Auxiliar da U.A.N=
Nos dias que correm, as questões relacionadas com o ambiente tem preocupado não somente os ambientalistas e homens de ciência, mas também os políticos e todas as forças vivas do planeta.
O aquecimento global, é uma consequência directa da acção nociva do homem sobre a natureza e em função disso, milhares de espécies animais e vegetais correm o risco de extinção.
Em Africa e em Angola em particular, persiste o mau hábito de se fazerem queimadas, o que contribui para o empobrecimento dos solos, a destruição da biodiversidade e pondo em perigo o equilíbrio ecológico dos ecossistemas terrestres.
A indústria extractiva quando mal efectuada, é outro factor que acelera a destruição do meio ambiente provocando em alguns casos danos irreversíveis. Assim por exemplo, o derrame de crude nos mares e oceanos destrói não somente os recursos aliéticos e piscícolas, como também o fitoplanton que faz parte da cadeia alimentar nos ecossistemas marinhos. (podemos a título de exemplo mencionar alguns acidentes desta natureza que têm ocorrido em Cabinda.)
Este facto, vai por sua vez contribuir para o aumento da pobreza das populações litoraneas, cuja actividade económica principal é a pesca.
As assimetrias que se verificam no processo de distribuição do rendimento interno bruto, a ausência de politicas de desenvolvimento, associada as fracos incentivos para se trabalhar em zonas rurais e/ou remotas, faz dos grandes centros urbanos lugares cada vez mais atractivos para os cidadãos do campo, que encontram nestas, condições favoráveis para uma rápida realização material, propiciando-se assim, o êxodo massivo das populações do campo para as cidades, resultando daí uma grande pressão social
O superpovoamento das grandes cidades, e as condições precárias de habitabilidade associadas a um saneamento básico deficiente precipita o surgimento de uma série de doenças, que por sua vez vão contribuir para a redução da esperança e qualidade de vida.
O superpovoamento trás consigo consequências como:
- Degradação do saneamento básico.
- Desmatação das reservas florestais.
- Destruição dos polígonos florestais a volta das grandes cidades que têm servido como combustível lenhoso para a satisfação das necessidades energéticas nos momentos de crise (caso dos polígonos florestais do Sakahala- Huambo e dos Municípios e vilas ao longo do CFB).
- Diminuição da produção interna de alimentos e suas reservas.
- Desemprego
- Aumento da especulação e do crime organizado
-Aumento da pobreza.
Pode-se aferir então, que as questões ligadas ao ambiente, são passíveis de se transformar em grandes flagelos, pondo em causa não somente a existência de espécies animais ou vegetais dos ecossistemas terrestres, marinhos e fluviais, mas também, afectando o bem estar e progresso dos aglomerados populacionais humanos.
Em suma, prezados estudantes, caros docentes excelentíssimos convidados a boa ou má gestão do ambiente é hoje um verdadeiro indicador da pobreza ou do bem estar social e da qualidade de vida dos cidadãos.
Declaro assim abertas estas jornadas de reflexão sobre o estado do ambiente organizadas pelo Departamento de Ciências da Natureza do Pólo Universitário do Cuanza Sul.
Amílcar Inácio Evaristo
( Coordenador do PUKS)
= Prof. Auxiliar da U.A.N=
Sexta-feira, 6 de Julho de 2007
Live Earth - 7 de Julho 2007
Apelo a todos os amigos dos blogs Ecologia Urbana e Esteira do Ambiente para a solidariedade em torno do Live Earth no dia 7 de Julho 2007
Sábado, 2 de Junho de 2007
"Padre Himalaya no Canadá"

Padre Himalaya (1868 - 1933), um homem visionário que há muito havia pensado nas energias renováveis enquanto solução para um desenvolvimento sustentável.
O Professor Doutor Jacinto Rodrigues e o realizador Jorge António estão no Canadá para uma série de encontros a propósito deste homem e da sua importância para o pensamento ecológico.
Ler mais AQUI.
Sexta-feira, 1 de Junho de 2007
preocupação ecológica em versos...
Recebi de um amigo que brinca com as palavras a quem pedi, em tempos, uma colaboração para este blog.
Aqui está:
da des_esperança

Arrefeço!
Frio, flor?
Há dias, o Sol afiançou-me
Imaginavam-se eternas...
Acreditei nele!
Aqui está:
da des_esperança

"leaning poppies", Oskar koller
Arrefeço!
Fevereiro em Maio?
Frio, flor?
Há dias, o Sol afiançou-me
que as neves se fundiram
nos flancos da montanha.
Imaginavam-se eternas...
Acreditei nele!
Daniel Sant'Iago
Quinta-feira, 3 de Maio de 2007
Energia Solar - Enviro Mission

"Situada no deserto da Austrália, esta fábrica de energia solar será a mais alta construção do mundo e também a mais ambiciosa obra para gerar electricidade a partir de uma fonte não poluente.
O maior projecto de produção de energia solar do planeta está a ser construído em Mildura, no meio do deserto australiano.
Uma torre de 1 km de altura por 130 m de diâmetro, que será a mais alta construção do mundo quando ficar pronta, em 2009; será erguida no centro de um imenso painel solar, de 20 km quadrados. Se tudo correr como o previsto, o calor gerado pelo painel formará uma corrente de ar de até 50 km/h na enorme chaminé, o bastante para movimentar 32 turbinas, gerar 200 megawatts de energia e abastecer até 1 milhão de pessoas.
O gigantismo do projecto dá uma ideia de quanto as fontes renováveis, como o sol e os ventos, começam a merecer atenção e a tornarem-se viáveis.
O filme é de aproximadamente 3 minutos e vale a pena ser visto".AQUI.
Terça-feira, 3 de Abril de 2007
I Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável
Vai decorrer nos dias 2 e 3 de Maio de 2007 o 1º Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável, na Universidade da Beira Interior - Covilhã.
Mais informações em
http://www.ubi.pt/noticias/noticias.php?prioridade=UBI
Mais informações em
http://www.ubi.pt/noticias/noticias.php?prioridade=UBI
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O Colibri Moringueiro - Dezembro 2006
O artigo que está aqui reproduzido, foi escrito para o congresso realizado em Angola, em 2006 e foi também publicado no blogue da Esteira do Ambiente.
"O colibri em cada sítio pode e deve apagar incêndios, como na história de Wangari Muto Maathay. Isso é prova de postura interventiva e de esperança.
"O colibri em cada sítio pode e deve apagar incêndios, como na história de Wangari Muto Maathay. Isso é prova de postura interventiva e de esperança.
Porém, o colibri em cada lugar tem muitas tarefas para além de apagar o fogo.
A principal acção preventiva é semear e plantar árvores.
Hoje, quero falar do Colibri Moringueiro
A Moringa é uma árvore originária da Índia. Tem sido plantada em vários países do planeta, nomeadamente no Brasil e na África.
Existe muita informação na net, bastar clicar num motor de busca, na palavra Moringa.
O importante, sobre esta árvore sagrada, pode resumir-se no seguinte:
1º Há vários tipos de Moringa mas todos eles podem ser semeados ou plantados em forma de estaca. Sobrevivem em solos pobres e mesmo com pouca água, resistem. Florescem normalmente depois de terem sido plantados em estaca 8 meses depois. os ramos destas árvores que podem atingir alguns metros de altura transformam-se em estacas para novas plantações de árvores Moringas.
2º As folhas de Moringa podem contribuir para acabar com a fome no mundo. Com efeito, as suas folhas são comestíveis e têm propriedades nutricionais fabulosas:
a) 7 vezes mais vitamina C do que as laranjas;
b) 4 vezes mais vitamina A do que as cenouras;
c) 4 vezes mais cálcio do que o leite;
d) 3 vezes mais potássio do que as bananas;
e) 2 vezes mais proteínas do que o iogurte.
Assim, semear uma Moringa é ter uma imensa fonte polivitaminíca e proteíca para toda a família.
Basta fazer uma salada de folhinhas de Moringa!
3º As vagens são sucarentas e constituem um elemento notável para o gado.
4ª As sementes que se encontram dentro das vagens produzem um óleo alimentar, excepcionalmente rico. Também se pode utilizar esse óleo como biodiesel para motores.
5ºA semente, depois de triturada, dá origem a uma farinha que pode ser utilizada no tratamento da água. No Malawi, em colaboração com a Universidade de Licester (Reino Unido), obtiveram-se resultados melhores e a preços mais baixos do que os habituais tratamentos com produtos químicos. Um relatório da referida Universidade explicita que a farinha da semente de Moringa, funciona como um polielectrólito catiónico natural, no tratamento da água. (ver Relatório Sutherland/Folkard e Grant - in http://www.treesforlife.org).
No Malawi procede-se actualmente ao tratamento da água em larga escala, com a Moringa, na povoação de Thyolo.
6º Além da qualidade de coagulante natural que permite o tratamento da água, a Moringa tem propriedades terapêuticas: Na Índia, a medicina ayurvédica utiliza produtos extraídos da Moringa como antibióticos naturais e a antiga tradição indiana refere 300 doenças curáveis pela Moringa. Os cientistas contemporâneos confirmam esta espectacular capacidade profiláctica e curativa.
Em Oman, o óleo de Moringa é aplicado contra as dores de estômago e no Haiti as folhas e flores são preparadas como chás utilizados na cura das gripes. No Malawi usam-se as folhas secas para curar diarreias.
Concluindo
Podem-se plantar cercas verdes, muros vegetais, junto de todas as escolas, igrejas, hospitais e outros eventuais centros públicos. Esses taludes ecológicos teriam Moringas de metro em metro, conjugando-se com amoras, figos da Índia, cenouras, alhos e outras plantas úteis, para alimentar o povo.
Como adquirir sementes de Moringa?
Existem vários sítios na Europa que disponibilizam essas sementes.
No Brasil podem-se comprar na esplar@esplar.org.br
Se não se encontrar em Angola, poderá ser possível obtê-la através do Malawi.
Sejemos Colibris Moringueiros continuando na nossa Esteira do Ambiente porque, mesmo longe uns dos outros estaremos juntos neste mesmo desejo de melhorar o planeta e os homens.
A árvore Moringa de que vos falo é a Moringa Oleífera - Moringa pterygosperma.
A plantação da Moringa pode resultar dum acto de militância ecológica individual mas pode, para maior eficácia, inserir-se num projecto mais global.
Qualquer dessas atitudes é louvável e permite, desde já, o início duma acção consciente, a bem da causa comum.
A ideia de um projecto colectivo para uma maior eficácia e acção participativa, tem sido realizada em vários países. Lembro aqui a experiência feita no Brasil, através da Fundação Deusmar Queirós com o apoio de várias universidades e organizações ligadas à igreja. Este projecto no Brasil foi levado a cabo na zona do Nordeste, no Estado do Ceará. A preparação dessa acção foi longa e contou com vários organismos (universidade, igreja, correios, rádio, etc.). O início da operação fez-se em 10 de Abril de 2000 com a distribuição de 30.000 kits que continham instruções para semear e 4 sementes de Moringa oleifera.
Em 2001 obtiveram-se resultados muito positivos pois 65% das sementes germinaram. A Unesco reconheceu esta actividade como uma forma de tecnologia social que contribui para a prevenção de doenças.
Em 2003, 160.000 sementes foram distribuídas em 84 localidades do Estado do Ceará, tornando-se esta campanha num verdadeiro sucesso que teve a parceria de várias universidades brasileiras.
No caso de Angola valerá a pena, em acção comunicativa, planearmos o modo como a Esteira do Ambiente poderá articular-se em parceria com a Universidade e com organizações sócio-culturais.
Aqui, em Portugal, iniciamos em 2005 uma plantação de um viveiro de Moringas oleiferas. É um viveiro pequeno e ainda não produziu sementes. Estamos a estudar a hipótese de alargar o viveiro. Daremos notícias posteriormente.
Para a organização desse viveiro seguimos uma tecnologia muito simples, utilizada por Emmanuel Roland e que consiste na reutilização de garrafas de plástico como mini-estufa para cada semente.
Descrevemos este processo que podem consultar na internet:
Ver arquivo Novº2005 - Emmanuel Rolland
Ver também Setº 2005 - Guerrilha verde nas cidades
Outº2005 - Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado
Maio 2006-Universidade Experimental do Meio Ambiente
Novº 2006-Josephe Beuys...
Todos estes artigos podem ser reproduzidos livremente assim como os artigos que publiquei no Jornal A Página da Educação, disponíveis no site:
http://www.apagina.pt (ver arquivo-autor-Jacinto Rodrigues)
Alguns destes artigos foram publicado no meu livro "Sociedade e Território - Desenvolvimento Ecologicamente Sustentado", Profedições, Porto, 2006.
Jacinto Rodrigues
Dezembro de 2006
Feliz Natal Moringueiro"
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Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável
Pensar a ecologia em África não é uma utopia
Formar as populações para actuarem numa
perspectiva de desenvolvimento ecologicamente
sustentável no continente africano, assolado por
gravíssimas carências em todos os domínios, pode
parecer uma utopia. Mas não é assim que pensa um
grupo de docentes universitários que está a lançar as
bases para um projecto de intervenção social e
ambiental junto das populações locais. A ideia foi
lançada há pouco tempo na Universidade Agostinho
Neto, em Luanda, e está neste momento em
marcha. Um dos seus principais dinamizadores é
Jacinto Rodrigues, professor catedrático da
Faculdade de Arquitectura da Universidade do
Porto, que explicou à PÁGINA as ideias chave
deste projecto.
Esteira do Ambiente
A ideia nasceu no último Congresso Luso-Afro-Brasileiro – um espaço de debate dinamizado por um conjunto de académicos oriundos de diversas universidades do espaço lusófono -, realizado no final de Novembro de 2006 na Universidade Agostinho Neto, em Luanda. Objectivo : formar localmente agentes de eco-desenvolvimento e dinamizar comunidades agro-ecológicas sustentáveis, apoiadas em tecnologias apropriáveis e energias renováveis, tanto em contexto urbano como rural, em países africanos de língua
portuguesa.
A meta, tal como reconhece Jacinto Rodrigues, um dos responsáveis pela “Esteira do Ambiente” - nome pelo qual este grupo se quer dar a conhecer -, é “ambiciosa”. Mas não impossível. O trabalho desenvolvido por uma outra organização não governamental com a qual têm colaborado e que trabalha na área da formação médico-sanitária, a alemã Anamed, mostra que isso é possível. Esta ONG realiza regularmente seminários sobre medicina natural em vários países africanos, nomeadamente em Angola, através dos quais os formandos - médicos, enfermeiros, técnicos de saúde básica e mesmo curandeiros tradicionais - são orientados para a prática da medicina convencional recorrendo aos recursos naturais disponíveis.
O principal objectivo da Anamed é proporcionar ajuda directa às comunidades situadas em áreas desfavorecidas no tratamento e prevenção de doenças como a malária e a sida, recorrendo para isso sobretudo à flora local, procurando, deste modo, que as populações locais se tornem menos dependentes dos fármacos importados de países ocidentais.
À semelhança desta ONG, um dos objectivos da Esteira do Ambiente é divulgar junto das comunidades locais as propriedades terapêuticas e alimentares de determinadas árvores e plantas, que, de uma forma barata e amiga do ambiente, podem contribuir significativamente para diminuir a subnutrição e debelar doenças comuns nestas zonas.
Jacinto Rodrigues cita os casos da Moringa Oleífera e a Artemísia Annua, ambas com propriedades terapêuticas e alimentares muito significativas, susceptíveis de proporcionar não só uma base alimentar (no caso da Moringa as folhas são comestíveis e garantem uma alimentação rica em vitaminas, oligoelementos e cálcio) como o fabrico de medicamentos. “Costuma até dizer-se que quem planta uma moringa no quintal tem uma farmácia ao lado de casa”, diz Rodrigues, referindo igualmente a importância da Neem, uma planta infestante que funciona como bio-repelente natural, afugentando mosquitos
e outros insectos transmissores de doenças em climas tropicais.
A valorização da flora local, porém, é apenas uma das facetas de uma estratégia mais vasta que a Esteira do Ambiente pretende ver implementada no sentido de fomentar processos capazes de contribuir para a melhoria de vida das populações através de meios ecológicos e sustentáveis. Jacinto Rodrigues refere como exemplo a possibilidade de construção de habitações mais sólidas e bioclimatizadas construídas a partir de tijolos fabricados com a própria terra.
Mas não são apenas os aspectos de ordem prática que a Esteira do Ambiente quer ver implementados. O que se pretende, diz Rodrigues, é uma “revolução mental, política e cívica” que “ajude as populações a tomar em mãos o seu próprio destino”. Para concretizar este objectivo, diz, o grupo quer dinamizar a formação técnica e pedagógica de agentes de eco-desenvolvimento nos próprios locais de intervenção, capazes de tirar partido dos recursos naturais e saberem aplicá-los na área da medicina natural, da auto-construção e das energias renováveis, num processo de aprendizagem que se quer adquirido de forma prática e numa base recíproca.
Para isso, garante Rodrigues, “não é preciso construir ‘elefantes brancos’, traduzidos em universidades e pólos”, mas tão só que se estabeleça uma rede de académicos com experiência no domínio do desenvolvimento ecologicamente sustentável, em parceria com as universidades e os agentes locais, que possa circular nos diversos territórios de actuação e dar formação numa “perspectiva de transformação da realidade social”.
Com vista a preparar as bases desta futura plataforma internacional, a Esteira do Ambiente irá organizar o I Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável, agendado para 3 e 4 de Maio na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, onde, para além de aprofundar este debate, se procurará reunir responsáveis universitários dispostos a viabilizar este projecto e estabelecer protocolos com instituições congéneres nos países africanos.
Mais informação pode ser encontrada no blog “Esteira do Ambiente”, espaço de comunicação na Internet em torno do desenvolvimento ecologicamente sustentável, que pode ser visitado em http://ecologiaambiente.blogspot.com.
Ricardo Jorge Costa
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